quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Gravidez na adolescência: muito mais riscos e complicações

Muito se fala nos problemas sociais e psicológicos relacionados à gravidez na adolescência, mas pouco se sabe sobre as complicações patológicas às quais as adolescentes estão sujeitas durante a gestação.
Além de se tornarem mães antes de se tornarem mulheres, as adolescentes tem chances muito maiores de desenvolver algum tipo de complicação durante a gravidez e, comparadas às mulheres adultas, também correm mais risco de morte materna.

E os números não são baixos: um a cada cinco partos é de mãe adolescente.

É muito comum que grávidas na faixa etária de 11 a 19 enfrentem problemas psíquicos e sociais, mas os riscos de problemas biológicos também são alarmantes.
De acordo com o dr. Marco Aurélio Galletta, médico responsável pelo setor de gravidez na adolescência da Clínica Obstétrica do Hospital das Clínicas e membro da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo (SOGESP), é mais comum haver aborto por parte dessas jovens. Além disso, esses abortos costumam ser mais tardios, o que acarreta em riscos ainda maiores.

“O principal fator que agrava as complicações patológicas é o pré-natal tardio ou algumas vezes inexistente”, revela o dr. Galetta, apontando para o fato de muitas adolescentes iniciarem este acompanhamento já na 19ª ou 20ª semana de gestação, quando os riscos já estão bem definidos.
Principais riscos
Geralmente diagnosticada após a 20ª semana, a pré-eclampsia é um distúrbio que leva a gestante a desenvolver hipertensão e proteinúria, que é a liberação de proteínas na urina. O risco do distúrbio acontecer em adolescentes é duas vezes maior que nas mulheres adultas.
“Depois da pré-eclampsia, pode ocorrer a eclampsia, ainda mais grave, caracterizada por convulsões na gravidez, e que é nove vezes maior na gravidez de adolescentes do que na de adultas”, alerta o especialista.
Mas jovens também estão duas vezes mais sujeitas a desenvolver anemia durante a gestação do que as mulheres acima de 20 anos. Em casos de meninas que já eram anêmicas antes, a doença na gravidez gera ainda mais complicações.
No parto, as adolescentes correm mais riscos durante a cesárea e de desenvolver mais traumas no trabalho de parto.


Os bebês de gestantes adolescentes também correm mais riscos de complicações, como asfixia na hora do parto, baixo peso ao nascer, prematuridade e até mesmo desnutrição. Essas implicações resultam em maiores índices de mortalidade neonatal.
Dr. Galleta acrescenta algumas informações curiosas que envolvem o pós-parto, como o fato destas mães brincarem menos e amamentarem menos seus filhos.
“As taxas de amamentação por parte das meninas de 11 a 19 anos é menor do que nas acima de 20 e, por esse motivo, a figura da avó (seja materna ou paterna) é fundamental para que a criança receba pelo menos o leite da mamadeira. Também é comum que essas mães desenvolvam depressão pós-parto e drogadição, enquanto as crianças costumam ser mais agressivas e ter baixo QI.”

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